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sábado, 29 de dezembro de 2012

Natal de 2012 - segundo caderno




ESPIRITUALIDADE NAS EMPRESAS
Faustino Vicente

Às vésperas do Natal, já podemos afirmar que o consumismo vai bater novo recorde, que famílias vão se reunir para a ceia, que as igrejas celebrarão solenidades especiais, que o Papai Noel vai tentar roubar a cena do aniversariante, que a solidariedade estará à flor da pele e que a expressão  Feliz Natal  será imbatível.
Além dessas manifestações, que ocorrem anualmente, seria bem-vindo um presente...sem data de validade.
Nossa sugestão vai para os lideres de organizações,  publicas e privadas , de todos os portes e segmentos, para que a espiritualidade, sem nenhum vínculo com religião, ganhe espaço no cotidiano das empresas.
Diante das descobertas científicas, do avanço tecnológico e do progresso material no mundo, que  são bem-vindos, estamos convencidos que há um descompasso entre essa realidade e a evolução das relações interpessoais, gerando um profundo abismo entre o oceano de pobres e a ilha de ricos.
Pressão excessiva para aumentar a produtividade e reduzir custos, assédio sexual, constrangimento moral, gestão centralizadora, que inibi a criatividade dos funcionários, salários desproporcionais ao lucro de determinadas organizações e condições inadequadas de trabalho, são algumas evidências que nos levam à máxima  “quem pode manda e quem tem juízo obedece” - , uma cruel realidade em muitas empresas.
O estudo da espiritualidade, por parte de dirigentes e funcionários nas empresas, pode fazer parte da cultura organizacional, pois é uma singular oportunidade para uma profunda reflexão sobre o capital e o trabalho, o econômico e o social, a hierarquia e o autoritarismo, o questionamento de ideias, não de pessoas, o preconceito (chaga social) e o respeito, a empresa e a família,  a gestão solitária e a gestão solidária e, enfim, as metas da empresa e as necessidades do funcionário.
Dar oportunidades iguais, em seu mais abrangente sentido, para que todo cidadão possa revelar e desenvolver o seu potencial, é o alicerce indispensável para a construção de uma sociedade e mais justa socialmente e menos desigual economicamente.
Concluímos que espiritualidade é a soma de valores, que produz uma mudança para melhor, no interior do ser humano.

Faustino Vicente  Consultor de Empresas e de Órgãos Públicos, Professor e Advogado
Jundiaí (Terra da Uva) São Paulo  Brasil

Natal 2012 - 1° Caderno



O Natal existe!
Ivone Boechat

Vamos supor que nada do que os homens acreditam sobre o Natal fosse verdade?

Que aquilo tudo que os profetas disseram sobre o nascimento de Jesus, indicando até o local, era somente uma historinha pra nenhum boi dormir na estrebaria mais bonita do mundo. Que o coral de anjos nos céus de Belém, cantando a sinfonia maravilhosa, cuja letra a humanidade inteira sabe cantar (quem não canta é porque não quer, mas sabe) era somente para assustar e desmaiar pastores no campo...

Vamos supor que os reis magos, vindo de muito longe, do oriente, talvez de Bagdá, carregando presentes caríssimos, era uma propina e que cientistas pesquisadores queriam somente passear, usurpando verbas, em jurisdição alheia, nas barbas de outro rei.

Vamos supor que a fuga da família para o Egito era somente uma excursão para gastar as milhas acumuladas no lombo do burrinho de Nazaré a Jerusalém. Ou que Herodes decretou a matança das crianças só para agradar os aliados da base do seu corrupto governo.

Vamos supor que a Escola que Jesus fundou na Galiléia com educação presencial e virtual, com módulos para o ensino à distância, escrito pelos alunos ou que a sua preocupação ao mostrar a importância do uso correto da rede (web) ensinando a acessar, convidando a Pedro Tiago e João para o seu twiter (segue-me...)  ensinando a Pedro a se ligar ao provedor, dando-lhe a senha (Tudo o que ligares na terra...) foi só uma coincidência com a linguagem virtual de hoje.

Vamos supor que o sermão do monte era uma tese de doutorado, nada mais, e que os valores ensinados eram somente a oportunidade para implantar a merenda escolar, a cesta básica, o vale refeição, o exercício do Pai Nosso supervisionado.

Vamos supor que as curas maravilhosas, que não foram o foco principal do ministério de Jesus, mas sim o Seu plano de salvação, serviram somente para atiçar a inveja dos políticos milagreiros e que a cruz foi a sentença por um crime político de traição ao poder dos governantes. Se tudo isso fosse uma metáfora, se vivêssemos só esperando a felicidade e a recompensa na Terra, se não pudéssemos comemorar o Natal, porque Jesus não é o Salvador prometido, é um filósofo famoso, com jornada acadêmica encerrada, então poderíamos  parafrasear o Apóstolo Paulo:

 “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. I Coríntios 15:9

Ivone Boechat

Dezembro de 2012



FÉ – GRAÇA OU CONQUISTA?
Humberto Rodrigues Neto

Ao contrário do que afirmam nossos irmãos de outras crenças, também cristãs, ninguém nasce com a fé, e não acredito seja ela uma graça especial de Deus concedida apenas àqueles que a mereçam.
A fé constrói-se na certeza do que nos é ensinado racionalmente, e jamais adquirida na crença em dogmas de difícil assimilação quando submetidos ao crivo do bom senso.
Construímo-la a cada dia, pedacinho a pedacinho, ante a racionalidade do que nos ensinam os bons espíritos e em face das provas irrefutáveis que a todo instante nos chegam através das mensagens que nos comunicam.
É por isso que a nossa fé é firme e não admite dubiedade ou incerteza naquilo em que realmente acreditamos.
Enquanto a doutrinação dos demais irmãos cristãos é ministrada horizontalmente, do centro para os lados, ao rés do chão, a nossa se irradia verticalmente, de cima para baixo.
Vamos tentar explicar melhor como se processa a mecânica de tais procedimentos.
Nas demais ideologias fundamentadas no Cristianismo, um homem lê as escrituras, interpreta-as a seu modo e as transmite a vários outros homens, os quais, por sua vez, as retransmitem a um grupo de outros seres, e assim sucessivamente, sempre horizontalmente, ao nível do solo.
Falível que é o ser humano, a cada transmissão de uns para os seguintes, jamais estarão livres de acrescentar conceitos pessoais e particulares àquilo que recebem, havendo, portanto, a probabilidade sempre presente de adulterações das verdades constantes dos textos originais naquilo que dizem.
A nossa filosofia, porém, nasce e vem diretamente do alto, através da voz direta dos enviados de Deus, os bons espíritos, e caem verticalmente sobre nós, imunes a interferências e livres de quaisquer erros de interpretação, já que adrede submetidos ao criterioso exame de confrades assaz experientes nessas lides.

A fé dos outros é imposta. A nossa é aceita. Eis a grande diferença.

Temos fé, não pela necessidade de sermos agradáveis a Deus, mas por estarmos convictos da verdade existente naquilo em que acreditamos.

Humberto Rodrigues Neto
S.Paulo/Brasil